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Depressão: uma análise geral


Depressão: uma análise geral



Tantas pessoas no mundo, e provavelmente hoje você tenha passado ao lado de uma que sofre com a depressão. A quantidade de pessoas diagnosticadas com alguma doença psicológica é lamentável, de crianças à idosos, não importa a idade, é uma doença que atinge qualquer um. É uma doença silenciosa, e para a tristeza das pessoas que suspeitam estar depressivas, muito consideram que a pessoa está com "frescura ou  preguiça", o que dificulta ainda mais a procura de um médico. Algumas pessoas são resistentes e não aceitam ir ao psicólogo, seja por não acharem necessário ou porque os outros dizem que é coisa de louco. Mas é preciso tratar a doença desde o inicio, para que a pessoa não desenvolva outros problemas que dificultam a melhora. O acompanhamento de um especialista é necessário, nunca deixe de procurar ajuda, seja para você ou para um conhecido.

Imagem do Google.

Alguns dos sintomas e sinais destacados pelo Ministério da Saúde foram:

- humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia;
- desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas;
- diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis;
- desinteresse, falta de motivação e apatia;
- sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio;
- pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa auto-estima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte. A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou até mesmo tentar suicídio;
- dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento;
- diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido;
- perda ou aumento do apetite e do peso;
- insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário . habitual) ou, menos freqüentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo);

Com o intuito de passar um conteúdo mais completo, foram realizadas entrevistas com uma psicóloga e uma paciente. A psicóloga entrevistada foi Jéssica de Jesus Marques, graduada em Psicologia pela faculdade Ruy Barbosa e que trabalha atualmente na OPUS como psicóloga clínica. Já a paciente, solicitou que não fosse divulgado o nome, então iremos identificá-la apenas como K., 21 anos.

Entrevista com a psicóloga:

A depressão realmente é a doença do século XXI?
J.: Em uma das aulas ministradas por Viktor Frankl, autor da Logoterapia, na Conferência em Varsóvia, a convite da Sociedade Polonesa de Psiquiatria, ele relata que “cada época tem suas neuroses e que cada tempo precisa da sua psicoterapia” (Trecho retirado do Livro o sofrimento de uma vida sem sentido). Ele faz essa pontuação tendo em vista que nos tempos de Freud, predominantemente havia frustrações sexuais e para tanto, a sua terapia era eficiente para tais dificuldades. Porém, atualmente a falta de sentido e, portanto, o vazio existencial é uma das principais razões que corroboram para a prevalência dos transtornos depressivos terem aumentado na população mundial, atingindo inclusive a infância, fase que não é comum a manifestação.
Você tem pacientes menores de 10 anos, e por conta da pouca idade, existe uma diferença no tratamento?
J.: O transtorno Depressivo maior pode ocorrer em qualquer idade, ainda que a prevalência entre indivíduos de 18 a 29 anos seja maior. A diferença entre o tratamento entre jovens e adultos para o público infantil, versa principalmente em relação a abordagem terapêutica. A criança precisa do lúdico para se expressar e elaborar as suas demandas, portanto, a brincadeira torna-se então o melhor recurso para mediação e efetivação de uma psicoterapia eficiente.
Qual a importância do tratamento especializado da depressão?
J.: A avaliação feita com um profissional especializado irá delinear uma proposta terapêutica que favorecerá a qualidade de vida do paciente e, por conseguinte, o desenvolvimento de um bom prognóstico.
Para além do psicólogo, qual a influência da família e amigos no tratamento?
J.: A rede de apoio fortalecida é de fundamental importância para o desenvolvimento de um bom prognóstico, sendo relevante a psicoeducação com familiares e amigos acerca do transtorno depressivo maior afim de que eles possam compreender os maiores desafios deste quadro e auxiliar de maneira efetiva.

Entrevista com a paciente:

O que você sente que te faz deduzir que esteja com depressão?
K.: Não sinto vontade de continuar vivendo com essa confusão que é a minha mente, muitas vezes sinto que não tenho mais controle, e não faria diferença eu estar aqui ou não, sou uma pessoa facilmente substituível e pude notar isso em vários momentos da minha vida, inclusive atualmente.
Como você enxerga a sua psicóloga em um tratamento tão delicado?
K.: Ela é como uma boia que não deixa eu me afundar nessa doença, se preocupa comigo, e faz com que eu sinta que sou importante, que a minha vida vale ser vivida.
O estresse da sua rotina favorece a depressão?
K.: Esse ponto é um pouco confuso, pois da mesma forma que essa rotina cansativa não me dá tempo para pensar muito nas coisas, a única coisa que quero é acabar com isso...Quando saio de algum lugar (trabalho ou instituição de ensino) sempre penso, será que essa é a última vez que estarei vendo essas pessoas? É difícil... mas eu penso na minha família e nos poucos amigos que se importam em me ver bem.
Como a depressão faz você enxergar a vida?
K.: Que qualquer momento é bom para tirar a minha vida...em casa, saindo do trabalho, não importa, sempre existe uma forma e a vontade é grande. Mas com o acompanhamento psicológico eu estou aos poucos ganhando força para resistir.
A incompreensão das pessoas em relação a doença dificulta o seu relacionamento com elas?
K.: Eu evito expor muito, às vezes fica notável, mas não converso muito sobre isso porque algumas pessoas não entendem que a depressão pode ser "ativada" por vários acontecimentos...e é muito triste para pessoas como eu, tentar explicar algo que nem entendemos.

Se você está passando por problemas e se considera uma pessoa depressiva ou conhece alguém com esses sintomas, procure um especialista ou indique para uma pessoa que necessita. Algumas clínicas universitárias de Psicologia oferecem atendimento gratuito ou com um valor mais acessível. É possível também entrar em contato com o AtendePsi, onde através do preenchimento de um formulário, eles avaliam as suas necessidades/preferências, ajudando a escolher um especialista possivelmente ideal. Basta ir no perfil do Instagram @atendimentoempsicologia e solicitar maiores informações.




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