Porém, seria otimismo demais
pensar que um adolescente deprimido que se sente incapaz de encontrar soluções
para seus problemas irá em um mês extinguir seu pensamento suicida ou seu
estado de depressão. Entre os fatores de risco para o suicídio estão situações
de discórdia familiar recorrente, histórico de violência física e psicológica,
relações abusivas, rejeições, bullying e fracassos em searas de importância da
vida. Essas situações, são construídas ao longo da vida do jovem, e construções
levam tempo, dão trabalho, então o processo de desconstrução não seria
diferente.
Como a depressão é um fenômeno
multideterminado, podendo ter causas biológicas/ hereditárias, psicossociais,
culturais, dentre outras, o tratamento deve incluir combinações de medicação
psicotrópica com psicoterapia e manejo familiar, desse modo, o “Setembro Amarelo”
seria apenas um start pra um processo muito mais complexo e dedicado. Estudos
têm mostrado que os pais não possuem conhecimento sobre as ideias suicidas de
seus filhos, isso também é processo que precisa de tempo dedicado a esses
diálogos e relacionamento.
Conclui-se, então, que é de
fundamental importância a campanha em volta do “Setembro Amarelo” para
identificação de sinais relativos ao transtorno depressivo e de elementos de
risco relativos ao comportamento suicida. Porém é também muito relevante que
essa campanha sirva como um inicio do processo empático que visa o conhecimento
a respeito dos fatores de proteção ao suicídio para que se constituam modos de
prevenção e que se encontrem soluções para reverter ou, ao menos, atenuar os
efeitos dos fatores de vulnerabilidade. Nesse sentido, o fortalecimento,
principalmente familiar, grupos sociais e escolares é fundamental para
incentivar que os ambientes sejam mais satisfatórios, proporcionando maior
bem-estar cotidianamente.
O Setembro já passou, e você, já
olhou pra seu filho/amigo/pessoa que precisa da sua ajuda hoje?
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